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Lixo: o mal do mundo civilizado por Alexandra C. Di Chiacchio Até o início do século passado, os seres humanos viviam em harmonia com a natureza. Todo o lixo que geravam (restos de comida, excrementos de animais e outros materiais orgânicos) se reintegrava aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas com a industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um problema. A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e mais matérias-primas, por outro, fazemos crescer montanhas de lixo. E como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, torna-se uma perigosa fonte de doenças e de contaminação para o meio ambiente. Geralmente as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que não tem mais serventia. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma massa indiscriminada de matérias. Ele é composto de vários tipos de resíduos que precisam de manejo diferenciado. O lixo pode ser "seco" ou "molhado", de acordo com sua natureza física. Seco é o lixo composto por materiais recicláveis (papel, vidro, metal e plástico). O lixo molhado corresponde à parte orgânica, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, etc, e essa parte do lixo pode ser usado para compostagem. Também classificamos o lixo de acordo com sua origem. As principais características dessas categorias são: Lixo urbano: Formado por resíduos sólidos em áreas urbanas, inclua-se aos resíduos domésticos, os efluentes industriais domiciliares (pequenas indústrias de fundo de quintal) e resíduos comerciais. Lixo domiciliar: Formado pelos resíduos sólidos de atividades residenciais, contém muita quantidade de matéria orgânica, plástico, lata, vidro. Lixo comercial: Formado pelos resíduos sólidos das áreas comerciais. Composto por matéria orgânica, papéis, plástico de vários grupos. Lixo público: Formado por resíduos sólidos, produtos de limpeza pública (areia, papéis, folhagem, poda de árvores). Lixo especial: Formado por resíduos geralmente industriais, merece tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de remédios ou venenos. Lixo industrial: Nem todos os resíduos produzidos por indústria, podem ser designados como lixo industrial. Algumas indústrias do meio urbano produzem resíduos semelhantes ao doméstico, exemplo disto são as padarias; os demais poderão ser enquadrados em lixo especial e ter o mesmo destino. Lixo de serviço de saúde (RSSS): Os serviços hospitalares, ambulatoriais, farmácias, são geradores dos mais variados tipos de resíduos sépticos, resultados de curativos, aplicação de medicamentos que em contato com o meio ambiente ou misturado ao lixo doméstico poderão ser patógenos ou vetores de doenças, devem ser destinados à incineração. Lixo atômico: Produto resultante da queima do combustível nuclear, composto de urânio, enriquecido com isótopo atômico 235. A elevada radioatividade constitui um grave perigo à saúde da população, por isso deve ser enterrado em local próprio, inacessível. Lixo espacial: Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam ao redor da Terra com a velocidade de cerca de 28 mil quilômetros por hora. São estágios completos de foguetes, satélites desativados, tanques de combustível e fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente por acidente ou foram destruídos pela ação das armas anti-satélites. Lixo radioativo: Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares. Como não há um lugar seguro para armazenar esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto impermeáveis e a prova de radiação, e enterrados em terrenos estáveis, no subsolo. Compostagem: Permite aproveitar resíduos orgânicos transformando-os em fertilizantes para o solo. Eles representam mais da metade do lixo doméstico (restos de alimentos, folhas, etc), e podem ser reutilizados em casa, fazendo a compostagem no quintal, ou em escala industrial, em unidades de tratamento biológico. O material é depositado em uma composteira (que pode ser um buraco feito no chão) e fica em repouso por 5 meses. O material orgânico decomposto é um ótimo adubo para jardins, vasos e hortas. Aterro Sanitário: É um método de preparação de terreno para aterrar os resíduos de maneira a causar o menor impacto ambiental possível. O solo é protegido por uma manta, para que os líquidos poluentes não contaminem o solo e nem as águas subterrâneas. Também usam-se dutos captadores de gases, que são queimados para evitar sua dispersão na atmosfera. As camadas de lixo são compactadas e cobertas com terra periodicamente para reduzir o volume e evitar a atração de animais. Aterro Controlado: Do ponto de vista ambiental, o aterro controlado não é eficiente porque não utiliza todos os recursos de engenharia para evitar a contaminação, como no caso do aterro sanitário. Apesar de ser uma alternativa melhor que os lixões, pois há cobertura dos resíduos com terra e o controle de entrada e saída de pessoas, o aterro controlado não é considerado uma forma adequada de tratamento do lixo. Incineração: Queima a alta temperatura (800°C ou mais). É um sistema complexo e exige uma análise criteriosa e cuidadosa para a sua adoção. No Brasil, os incinerados são mais empregados para os resíduos hospitalares, apesar de vários estudos já demonstrarem que o aterro sanitário é mais adequado para sua decomposição. Reduzir o desperdício; Reutilizar sempre que for possível antes de jogar fora; Reciclar ou melhor: separar para a reciclagem, pois, na verdade, o indivíduo não recicla (a não ser os artesãos de papel reciclado). Reduzir quer dizer economizar de todas as formas possíveis: Reutilizar é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo. É ser criativo, inovador, usar um produto de várias maneiras. Por exemplo: Reciclar significa enviar novamente para o ciclo de vida útil, isto é, transformar o material reciclável em produto útil através de processos industriais. Existem condições básicas de qualidade e quantidade para se tornar viável o processo da reciclagem. Uma das atividades que alimentam a reciclagem é a coleta seletiva. Plásticos: lave-os bem para que não fiquem restos do produto, principalmente no caso de detergentes e xampus, que podem dificultar a triagem e o aproveitamento do material. Vidros: lave-os bem e retire as tampas. Metais: latinhas de refrigerantes, cervejas e enlatados devem ser amassados ou prensados para facilitar o armazenamento. Papéis: podem ser guardados diretamente em sacos plásticos. Os materiais mais comuns encontrado no lixo urbano e que podem ser reciclados são: PLÁSTICOS: garrafas, embalagens de produtos de limpeza, potes de cremes, xampus, tubos e canos, brinquedos, sacos, sacolas e saquinhos de leite. BORRACHA: pneus e tapetes. ALUMÍNIO: latinhas de cerveja e refrigerante; esquadrias e molduras de quadros. METAIS FERROSOS: molas e latas. PAPEL E PAPELÃO: jornais, revistas, impressos em geral; papel de fax; embalagens longa-vida. VIDRO: frascos, garrafas; lâmpadas incandescentes; vidros de conserva. Cerâmicas; Vidros pirex e similares; Isopor e acrílico; Lâmpadas fluorescentes; Papéis plastificados, metalizados ou parafinados (embalagens de biscoito, por exemplo); Papéis carbono, sanitários, molhados ou sujos de gordura; Fotografias; Espelhos; Pilhas e baterias de celular (estes devem ser devolvidos aos fabricantes); Fitas e etiquetas adesivas. Em São Paulo a prefeitura faz coleta seletiva em alguns pontos da cidade. Consulte o site do limpurb www.limpurb.sp.gov.br e confira se já existe coleta em sua região. Eles também disponibilizam containeres para condomínios separarem o lixo. Fontes:
CONSUMO SUSTENTÁVEL, Manual de Educação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 2002. 144p.
MARIN-MORALES, Maria Aparecida. Efeitos Biológicos da Poluição Ambiental. Disciplina optativa, 10 de ago. a 10 de dez. de 2001. 15 f. Notas de Aula. Manuscrito. GROUP, The Earth-Works. 50 Pequenas coisas que você pode fazer para salvar a Terra. Editora Best Seller, SP. 1989. 102p. JORNAL ECONSCIÊNCIA. Ecologia Apresenta dicas e formas de reciclagem. Disponível em www.rc.unesp.br/econciencia . Acesso em 15/05/2007. LIXO.COM.BR. Coleta Seletiva Apresentam dados e fornece dicas de coleta em grandes cidades. Disponível em www.lixo.com.br . Acesso em 19/05/2007. ECOURBIS AMBIENTAL. Ecourbis Apresenta a empresa responsável pela coleta seletiva em São Paulo. Disponível em www.ecourbis.com.br . Acesso em 19/05/2007. LIMPURB. LimpurbApresenta o site da prefeitura de São Paulo e suas medidas para melhorar a coleta seletiva. Disponível em www.limpurb.sp.gov.br . Acesso em 19/05/2007. Alexandra C. Di Chiacchio (26)
Bióloga formada pela UNESP de Rio Claro - SP Contatos: conceitoacao@marcosmaximino.psc.br |
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