O uso de fertilizantes químicos na agricultura iniciou-se em 1880, com a invenção do NPK (fórmula química contendo nitrogênio, fósforo e potássio) pelo barão Justus Von Liebig. A tecnologia da produção química desses elementos permitiu o aumento da escala da agricultura, tornando-a industrial, ou seja, não dependente de insumos naturais. Liebig supôs que esses três elementos, pelas quantidades em que eram utilizados pelas plantas, fossem suficientes para manter a crescente escala da produção agrícola.
Depois de alguns anos, suas observações mostraram que os alimentos estavam empobrecendo, perdendo a qualidade e sucumbindo às primeiras pragas agrícolas. Tentou rever o processo, cuja dimensão já movimentava recursos consideráveis na mão dos empresários emergentes. Como não conseguiu reverter à situação, Liebig suicidou-se. Na carta deixada para seus familiares, ele dizia: "Pequei contra Deus e a humanidade".

O CIRCUITO DA ENERGIA NA NATUREZA

A grande fonte de energia que temos é o Sol. Sua energia é absorvida pelos vegetais (através da fotossíntese) e transmitida aos animais. Além de captar a luz solar, as plantas absorvem água e nutrientes minerais por suas raízes e dióxido de carbono do ar. Utiliza a luz solar para combinar a água e os nutrientes com dióxido de carbono e assim forma glicose, a forma de açúcar mais simples. Como resíduo desse processo, elimina oxigênio. A glicose formada provê a planta de energia para suas atividades biológicas. A energia excedente é armazenada nos tecidos vegetais em forma de amido, produto do quais os animais obtém energia.
As plantas verdes proporcionam ao resto dos seres vivos um duplo benefício:

1. Fazem a conversão de energia luminosa do sol em energia química, permitindo que esse fluxo de energia seja passado aos animais.

2. Utilizam o CO2, substância residual produzida pela respiração dos animais, para gerar glicose e oxigênio, ambos indispensáveis para a vida.

A AGRICULTURA

Quando Liebig começou a aplicar nutrientes no solo, achou que estaria ajudando as plantas a se manterem de forma melhor, sem pensar nas conseqüências para o solo.
O fato é que a agricultura transformou-se numa indústria que deve alimentar uma população eu não pára de crescer. Indústria que passou a utilizar métodos artificiais como fertilizantes e pesticidas químicos, a manipulação genética, a irrigação artificial e hormônios para acelerar o crescimento de animais, como meio de aumentar a produção para atender a demanda crescente. Sabe-se, no entanto, que há alimentos suficientes para toda a população mundial, só que as populações de baixa renda não têm acesso a eles.
Se de um lado tais práticas fizeram aumentar a produção, e também os lucros, de outro vêm causando sérios danos ao meio ambiente e ao próprio ser humano.
Por esse motivo o consumidor hoje deve ficar atento à origem do alimento que consome, assim como às técnicas empregadas na sua produção.

Esterco: um adubo natural desperdiçado.

As fezes dos animais criados nas fazendas são ricas fontes de nutrientes para o solo. Mas, em muitas fazendas modernas, os animais são mantidos em confinamento, e os dejetos que produzem não são, em geral, usados como adubo na agricultura, sendo lançados na terra.
A poluição gerada pela criação de animais em larga escala já constitui um sério problema ambiental. Um bom exemplo é o que vem acontecendo na região de Concórdia, no estado de Santa Catarina, onde há intensiva criação de suínos e aves. Durante muitos anos sem tratamento e manejo adequados dos resíduos orgânicos, a contaminação atingiu grandes proporções, comprometendo seriamente os recursos hídricos na região.
A poluição sempre é causada pelo mau uso ou desperdício dos elementos gerados no processo de produção. Daí a importância da reciclagem de nutrientes, que, além de eliminar a contaminação e o desperdício, ainda gera ganhos econômicos significativos no processo de produção.
O esterco, quando empregado na produção de compostos orgânicos (fertilizantes naturais), pode substituir os adubos químicos solúveis e ainda baixar os custos na produção, tornando os produtos agrícolas mais baratos e acessíveis a um maior número de pessoas.

• Difundir intensamente tecnologias de agricultura ecológica.
• Combater o desmatamento de florestas e áreas de proteção ambiental.
• Realizar um amplo trabalho educativo de massa quanto às vantagens de consumir e produzir alimentos orgânicos com ampla divulgação junto à população consumidora.
• Exigir a certificação ambiental por um organismo independente, para que se possa ter certeza de que o produto cumpre todas as exigências ambientais.
• Também vale dar o exemplo em casa: não use adubos ou fertilizantes químicos ou pesticidas em jardins e vasos domésticos.

• Adotar e apoiar práticas de cultivo que minimizem o uso de fertilizantes e agrotóxicos.
• Usar as partes não aproveitadas das plantas como fertilizantes.
• Fazer compostagem de resíduos domiciliares, para que sejam aproveitados como fertilizantes.
• Aplicar sistema de rotação dos cultivos, a fim de não empobrecer a terra.
• Diversificar o sistema produtivo, introduzindo espécies consorciáveis a partir de princípios de alelopatia (estudo que estabelece que plantas se adaptam à presença de outras).
• Evitar os transportes de longa distância, para economizar combustível e não contribuir para o aquecimento do planeta.

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Fonte(s):
CONSUMO SUSTENTÁVEL:Manual de Educação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 2002. 144p.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.Secretaria de Qualidade Ambiental. Apresenta programas de sustentabilidade ambiental. Disponível em www.mma.gov.br. Acesso em 27/03/2007.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA.Agricultura. Apresenta regras de plantio e as leis que regem a agricultura no Brasil.. Disponível em www.agricultura.gov.br. Acesso em 27/03/2007.
PLANETA ORGÂNICO. Planeta Orgânico.Apresenta dicas, regras de plantio e onde comprar produtos orgânicos. Disponível em www.planetaorganico.com.br. Acesso 27/03/2007
MARIN-MORALES, Maria Aparecida. Efeitos Biológicos da Poluição Ambiental. Disciplina optativa, 10 de ago. a 10 de dez. de 2001. 15 f. Notas de Aula. Manuscrito.
GROUP, The Earth-Works. 50 Pequenas coisas que você pode fazer para salvar a Terra. Editora Best Seller, SP. 1989. 102p.

Publicado em 01/04/2007.
Atualizado em 30/10/2010.