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Jogos para Qualidade de Vida

Sementes, Flores e Frutos para uma Vida Melhor.

“Muitos de nós, quando pequenos,aprendemos como sobreviver e como nos arranjarmos "mais ou menos", e, para isso, aceitamos exigências "loucas" que nos impõe.” (Robert L. Gouding)
8. Ressignificar & Redecidir

 

Para crianças de 18 a 24 meses
Instruções para os exercícios deste capítulo

Procurar fazer estes exercícios em um mesmo contexto: p.ex., se você escolher a sala de aula – ou o seu quarto – para realizar um exercício, procure realizar os demais no mesmo local, com as mesmas condições de luminosidade, som ambiente etc.
Procure estabelecer um mesmo horário para realizar os exercícios: p.ex., procure iniciar os exercícios sempre as 9:00 h e terminar por volta das 9:10 – 9:15 h.
Não altere a ordem dos exercícios: vá do primeiro ao último. O efeito da posição sequencial interfere no desempenho da memória.
Não faça exercícios deste capítulo se você está muito triste ou muito preocupado com algum fato significativo e desagradável da sua vida,  tal como um fracasso, uma perda, um luto ou um infortúnio importante. Não faça os exercício de memória se você estiver muito triste ou mesmo deprimido .
Grosso modo, temos dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo. Nos seres humanos, a consolidação da memória de longo prazo é vulnerável e pode perder-se se houver uma interrupção por um trauma cerebral (uma pancada na cabeça), um choque elétrico ou uma doença chamada encefalite.
Se você não conseguir se lembrar de algo, ou não lembrar com precisão de algo, não se preocupe. As “falhas”, as interferências e as distorções da memória são fenômenos normais para qualquer ser humano,  pois nossa memória é reconstruída não somente com os registros das informações  que realmente ocorreram mas também a partir de informações armazenadas antes e depois do registro principal. Quando ocorrem,  as distorções de memória costumam ocorrer com  informações limitadas e /ou  truncadas. Além disso, as memórias para lembranças genéricas costumam ser muito precisas pois as distorções costumam ocorrer nos detalhes.
Finalmente, se, durante algum exercício você lembrar-se de algo terrível que afete de forma significante suas emoções, não se esqueça que, por pior que seja a lembrança, é apenas um registro na sua memória e as chances que isso se repita na sua vida são mínimas; praticamente nulas.

Para crianças de 0 a 4 meses.

Exercício 8.1
Memórias da barriga da mãe

 

Objetivo: recordação de registros de memórias inconscientes.

O som do batimento cardíaco da mãe é um dos primeiros registros da memória de um ser humano. Ocorre ainda dentro da barriga da mãe, antes do nascimento.
Este som é uma poderosa “dica” de recuperação das boas lembranças da vida intra-uterina e tem a propriedade de gerar tranquilidade e um sentimento profundo de paz.
Sempre que possível abrace a criança, aproximando o ouvido do seu peito.

Exercício 8.2.
A potência das palavras.

Objetivos:  registros de memória são agrupados em esquemas. Esquemas positivos aumentam as chances de uma visão otimista de existência.

“Ai palavras, ai palavras,
Que estranha potência a vossa!
Sois vento, ides ao vento
No vento que não retorna
E em tão fugaz existência
Tudo forma e transforma.”
(Cecília Meireles, 1956)

 

Instruções: sempre que nos referirmos a uma criança procuremos fazer elogios, procurar falar palavras assertivas, positivas,enfim. Evitar falar palavras negativas – mesmo que seja só de brincadeira – pois nosso encéfalo registra e armazena esquemas dos quais iremos nos utilizar mais adiante para perceber e interpretar o mundo ao nosso redor.

Para criancas de 04 a 08 meses

Exercício 8.3
Brincadeira de Esconder II

De certa forma é uma reprodução do exercício 1.3. que também tem a finalidade de desenvolver a memória.

Para Crianças de 08 a 11-12 meses

Exercício 8.4
Atividade Física Breve II

De certa forma é uma reprodução do exercício 3.3 (p.24) que também tem a finalidade de desenvolver a memória.

Para Crianças de 14 a 18 meses

Exercício 8.5
Brincadeira de Esconder III

Objetivo: desenvolver a recuperação dos conteúdos da memória anterógrada.

Material: coisas que a criança conhece (alguns brinquedos, p. ex.).

Instruções

  1. Escolher um brinquedo junto com a criança.
  2. Pedir para a criança fechar os olhos.
  3. Esconder o objeto escolhido em algum lugar do ambiente (atrás do pé da mesa da sala, p. ex.).
  4. “ – Vamos achar o brinquedo juntos?”
  5. Percorreu junto com a criança um caminho, dando dicas  até a criança conseguir encontrar.
  6. Repetir o passos (3) com o mesmo objeto escolhido, porém escondendo em um lugar próximo daquele escolhido da primeira vez (outro pé da mesa, p.ex.)
  7. “ – Agora vamos achar o brinquedo indo por outro caminho?”
  8. Repetir passo (5).
  9. Trocar de objeto.

Para crianças de 18 a 36 meses

Exercício 8.6
Como se fosse um autorama

Objetivo:  estimulação da memória procedural

Material: ambiente conhecido da criança – sala de estar da casa onde a família mora, p. ex.

Instruções

  1. Escolher um ponto de partida.
  2. Adulto percorre um trajeto, criança observa: da sala vai para o quarto; sai do quarto vai para a cozinha; sai da cozinha volta para a sala.
  3. O adulto repete a trajetória levando a criança junto.
  4. Aumentar um cômodo de cada vez: da sala vai para o quarto, do quarto para a cozinha; da cozinha para o outro quarto, sai do outro quarto e volta para a sala.
  5. O adulto repete a trajetória levando a criança junto.

Exercício 8.7
“Segredo”

Criança e adulto sentados no colchonete frente a frente ou grupo de crianças sentada em círculo, adulto(s) compondo o círculo.
Lembrar  nomes dos BICHOS que conhecem e falar para a criança do lado D.
A criança que recebeu a informação  conta para o grupo e, depois, lembra de outro bicho.
Repetir passo (2) até esgotar o repertório.
Substituir por FRUTAS; CARROS; OBJETOS DA SALA DE AULA etc.

Para Crianças de 3 - 7-8 anos

Exercício 8.8
Como se fosse um autorama II

Objetivo: estimulação da memória procedural; desenvolvimento da memória episódica.
Observação: este exercício é semelhante ao exercício 8.6, (acima)  mas dá mais autonomia e solicita mais a memória da criança.

Material: ambiente conhecido da criança – sala de estar da casa onde a família mora, p. ex.
Instruções

  1. Escolher um ponto de partida.
  2. Adulto percorre um trajeto, criança observa: da sala vai para o quarto; sai do quarto vai para a cozinha; sai da cozinha volta para a sala.
  3. A criança repete a trajetória
  4. Aumentar um cômodo de cada vez: da sala vai para o quarto, do quarto para a cozinha; da cozinha para o outro quarto, sai do outro quarto e volta para a sala.
  5. A criança repete a trajetória.
  6. Quando a criança acertar conte 01 pontos.
  7. Na próxima vez, antes de começar lembrar quantos pontos foram obtidos na brincadeira anterior.

Exercício 8.9
Repetir Palavras

 

Objetivo: promover diálogo entre adulto e criança

Material: papel e lápis.

Instruções

  1. Adulto escreve uma palavra no papel
  2. Adulto lê em voz alta a palavra pausadamente duas vezes.
  3. Adulto explica o significado da palavra
  4. Adulto pergunta: “- Qual foi a palavra que eu falei?”
  5. Criança repete a palavra. Acertou = 1 ponto; errou = 0 ponto.
  6. Adulto escreve duas palavras no papel.
  7. Repetir os passos 2 a 5.
  8. Adulto escreve três palavras ...
  9. Encerrar quando a criança demonstrar desinteresse ou cansaço.
  10. Não forçar!

Exercício 8.10

Observação: Trata-se de uma variação do exercício 8.2 (p.50)   porém representado com marionetes ou mesmo teatrinho.
“ – Hoje vamos  aprender hoje uma maneira de modificarmos as lembranças das coisas tristes que nos aconteceram.”
Pedir para a criança lembrar-se de uma situação em que caiu e / ou se machucou ou sofreu alguma dor ou fato triste.
Contar para o adulto ou para a classe o que aconteceu.
Estimular (ou auxiliar, se necessário) a criança selecionar marionetes ou objetos para representar a situação contada.
Pedir para a criança recontar a situação vivida imitando os gestos da situação retratada
“ – Agora, você vai fazer as coisas acontecerem  novamente esta história mas vai fazer um final diferente, um final feliz.”
Representar com os bonecos e objetos
“ – Qual outro final feliz além deste?”
Repetir passo (6) pelo menos mais uma vez.
Interromper se a criança demonstrar sinais de tristeza ou cansaço

Para crianças de 8 a 11-12 anos de idade

Exercício 8.11
Jogos de Memória

Objetivo: desenvolvimento da memória retrógrada.

Material: baralho feito  com pares de figuras idênticas.

Instruções

  1. Com a face voltada para baixo, embaralhe as cartas sobre uma mesa.
  2. Desvirar uma carta e escolher outra, na tentativa de achar o seu par, isto é, uma carta idêntica àquela que foi desvirada.
  3. Encontrou? Se sim, retire o par e acumule consigo; se não, volte as cartas na mesma posição que estava antes.
  4. Acertou? Segue tentando encontrar outros pares.
  5. Errou? Perde a vez para outro competidor.

Exercício 8.12
O que é? O que é?

Jogos de charadas, do tipo “ – O que cai de pé e corre deitado?” (Chuva)  ou “- Qual é o peixe que antes de ser já é?” (Pescada)

Para acolescentes de 12 a 15-16 anos

Exercício 8.13
O Enigma do João

Objetivos: estimular memória retrógrada e anterógrada;  estimular a criatividade; promover a solidariedade; introduzir temas “difíceis” tais como sexualidade e drogadicção.

Material: Folhas impressas com o texto abaixo; papel, lápis e borracha.

Instruções:

  1. Coloque seu nome e a data de hoje na que você acabou de receber

Nome:_________________________________

Data ____/____/____

  1. Leia atentamente o texto abaixo:

“João é um menino brilhante em vários sentidos: na escola tira boas notas, ano passado ajudou seu time de basquete a conquistar o último campeonato dos Jogos Metropolitanos e suas avós dizem para todas vizinhas que ele é um neto exemplar.
Ultimamente os pais de João estão muito preocupados com ele, pois tem percebido que o menino anda um tanto diferente: tem ficado muito tempo no seu quarto, “navegando” na internet, fala pouco e, ultimamente, parece que perdeu o apetite. Sua mãe fez rocambole de creme – o doce que ele mais gosta – e ele mal tocou no bolo.
Semana passada, faltou no treino do basquete, coisa rara, que só havia acontecido uma vez, quando ele teve hepatite e o médico o proibiu de jogar.O técnico  acha que o menino anda muito desatento, mesmo nos jogos do campeonato, e o  preparador físico disse que João está perdendo o condicionamento físico, mas ele nada pode fazer.
Marieta, sua vizinha, aquela que sempre foi apaixonada por ele, se queixa aos quatro ventos que João  não dá a mínima para ela.
Prefere ficar na turminha de meninos que joga pebolim todo final de tarde no salão de jogos do condomínio onde mora.
Outro dia, o irmão escapou de dizer que ele estava gostando de uma menina, mas parece que ela não gosta dele. E parece que  já arrumou um novo namorado...
Um dia desses, a empregada da família encontrou no bolso da calça que acabara de sair da máquina de lavar um punhado de uma coisa que  mais parecia um mato. Mostrou para a mãe, que não sabendo o que era aquilo, perguntou primeiro para o irmão menor, que, aflito, disse não saber de nada.
O pai de João acha que o menino deu para usar drogas ilícitas  – culpa das más companhias –  a mãe e a avó acham que ele está com uma doença chamada  depressão.” (Maximino, 2011)

  1. Responda as questões abaixo

    a) O que você acha que está acontecendo com o menino do texto acima?

    _______________________________________________________

b)  Em  grupo, discuta com seus colegas a situação do João.

  1. Agora responda individualmente:

O que você acha sobre as mudanças que João tem apresentado recentemente.

  1. Imagine que você é o melhor amigo do João.

Você daria algum conselho para ele? 
(  ) Sim     (  ) Não

  1. Qual (is) conselho(s) você daria?

    _______________________________________________________

    _______________________________________________________

    _______________________________________________________
  2. Conte para todas os colegas por que você daria este(s) conselho(s).

Fim

Para adolescentes de 15 anod em diante

Exercício 8.14
De um limão a uma limonada

Objetivo: Aprender  ou  treinar a ressignificação de situações normalmente entendidas como ruins; aprender ou treinar a lidar de forma saudável com as conservas sociais / culturais.

Material: Folhas impressas com o texto abaixo; papel, lápis e borracha.

Instruções:

  1. Coloque seu nome e a data de hoje na que você acabou de receber

    Nome:_________________________________ data ____/____/____
  2. Leia atentamente o texto abaixo:

 “Embora o Conhecimento Científico tenha uma clara definição de Qualidade de Vida, para o dia-a-dia das pessoas, podemos dizer que não há uma única ou uma definição categórica para questão.
Então, podemos dizer que qualidade de vida seria uma maneira de pensar para fazermos o nosso dia a dia mais agradável. Isto poderá ser feito abrangendo uma porção de coisas e várias atitudes nossas ao longo do dia.
Podemos  ilustrar isto através da seguinte comparação: fazer de um limão uma limonada.
Como assim?
Um limão é uma fruta azeda, amarga, forte, que para ser ingerido puro seria um “sacrifício” muito grande. Não seria uma impossibilidade, mas uma dificuldade, um desprazer.
Se juntarmos um pouco d’água e um pouco de açúcar ao suco de limão, ele vira uma limonada. Limonada se torna uma bebida gostosa e, se juntarmos um pouquinho de gelo, poderá ficar melhor ainda.
OK, parabéns! Vocês compreenderam o conceito Vamos lá. Um exemplo para fazermos de um limão uma limonada:
Então, imaginemos que nós temos uma missão a ser cumprida: Essa missão se chama TRABALHO. Se olharmos por um lado: Poxa, tenho que levantar cedo, tenho que pegar a condução ou pegar um trânsito “engarrafado”, chegando lá tenho que ver isso e aquilo... Poderíamos chamar esta situação de “limão”, certo?
Agora, vamos fazer com este limão uma limonada; vamos olhar por outro lado: Levanto de manhã e penso: Opa, que legal, tenho um trabalho. O trabalho me fornece um rendimento no final do mês. Com esse rendimento eu posso fazer um montão de coisas:  comprar um novo carro, um PC, posso comprar uma camisa, posso comprar um vestido, uma bolsa bonita...” (Silveira,2009)

  1. Escreva duas situações da sua vida que poderiam ser consideradas “azedas” como limão:

    Primeira situação:

    ______________________________________________________



    Segunda Situação

    ______________________________________________________



  2. Agora “faça uma limonada”  isto é, escreva no seu caderno como você poderia transformar cada uma das situações desagradáveis em situações gratificantes. (Não mostre suas soluções para ninguém ainda.)
  3. Troque  sua folha com seu colega ao lado e peça para ele fazer o mesmo com a sua folha, isto é, peça para ele fazer duas “limonadas “ a partir das coisas desagradáveis que você citou.
  4. Retribua, fazendo duas limonadas, isto é, criando duas soluções para as situações “limão” do seu colega.
  5. Destroque as folhas
  6. Junto com seu colega, comparem as soluções que vocês deram com a que cada um escreveu. Explique, detalhe, comente com seu colega as soluções encontradas.
  7. Comentários  do grupo todo: “ – Como foi esta experiência para cada um de vocês?
    Quem quer ser o primeiro a falar?”.

Se for este o caso, procure um tratamento psicoterapêutico.

É normal adultos não se lembrarem dos fatos ocorridos nos primeiros anos de vida. No entanto, crianças com lesões eu uma estrutura do cérebro chamada hipocampo tem dificuldade para lembrar-se de episódios ocorridos há pouco tempo. Se for este o caso, encaminhe a criança para uma avaliação neurológica.

Pessoas acima dos 65 anos de idade podem apresentar um leve prejuízo de memória, principalmente para os fatos mais recentes. Isto é normal. e não quer dizer que estejam desenvolvendo um quadro de doença mental chamado demência. No entanto,  cerca de 10% das pessoas acima desta idade apresentam algum tipo de demência(Patrick et al., 1999).
Se as falhas da sua memória forem tais que apresentem um prejuízo significante para a qualidade da vida diária ,consulte um médico neurologista.

 

 

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Fonte(s):

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Publicado em 07/09/2011. Atualizado em 11/09/2011.





Para referir: MAXIMINO, M.R., 2011. Jogos para Qualidade de Vida. disponível em internet: http://www.marcosmaximino.psc.br. Acesso em dd/mm/aaaa